sexta-feira, 29 de julho de 2011

Pré-história

Este material compreende:

1. Conceito de evolução: as teorias e os desdobramentos;
2. Cronologia e espaço: as teorias migratórias;
3. Singularidade humana: o processo de hominização;
4. Evolução biológica;
5. Evolução cultural: o desenvolvimento humano nos períodos paleolítico, mesolítico e neolítico;
6. Arqueologia.


O material completo está disponível em https://skydrive.live.com/?cid=3df33682fefc8435&sc=documents&id=3DF33682FEFC8435!108#!/view.aspx?cid=3DF33682FEFC8435&resid=3DF33682FEFC8435!109
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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sem levar Sartre por Dostoiévski

Brigida Sofia

Elas surgiram pelo atendimento personalizado e é por ele que se mantêm. Longe dos shoppings, instaladas nos bairros, as pequenas livrarias – pequenas se comparadas às megastores – investem no contato direto com o público para se manter vivas. Não que essa postura seja uma pura ação de mercado ou mesmo um sacrifício, afinal é para isso que elas foram montadas. “Eu pensei no tipo de livraria que eu gostaria de ir. Não gostava daquela coisa de ser atendida por quem não gosta de livro; pedir um Dostoiévski e receber um Sartre”, comenta Carla Osório, uma das sócias da Palavraria Livraria e Café, que completa oito anos no Bom Fim em agosto.  
Ela acredita que um livro não pode ser vendido da mesma maneira que uma camiseta. E que uma livraria também não pode ser uma loja como outra qualquer. “Acho legal a pessoa pegar a obra e ter um espaço para sentar, dar uma olhada com calma. Um ambiente propício”, diz. Para isso, a Palavraria conta com o café, que afinal tem tudo a ver com literatura. E também contribui financeiramente. A ideia do “mega” não fecha com o pensamento dos sócios. “Teríamos condições de aumentar o espaço, mas não é o nosso ideal. Gostamos desse tamanho, não queremos ser uma loja de shopping”, afirma Carla.
Nem toda pessoa que chega à Palavraria chega para comprar; não em toda visita. Clientes cativos aparecem de vez em quando para tomar um café, bater um papo e até estudar. “Tinha umas meninas que vinham se preparar para o vestibular. Foi legal, pois depois elas vieram para contar que foram aprovadas”, lembra Carla. Além das dimensões mais reservadas, a equipe reduzida formada pelos próprios donos – algo típico das livrarias de bairro -, permite esse tipo de relação. São os três sócios que se revezam junto a dois funcionários, para o café e o caixa.
Todos tinham alguma relação com livros. Carla, advogada, juntou-se a um bibliotecário e a um professor. Nenhum deles mora atualmente no Bom Fim. Ela já viveu lá, mas não consegue imaginar a Palavraria em outro bairro. “Nós montamos a ideia pensando aqui, que é um local de movimento nas ruas; não é no centro, mas é central, de passagem, e tem uma tradição cultural. Mesmo quem não mora na região vem para cá atrás disso”, diz. O poder aquisitivo – é um dos locais mais caros da cidade – é importante, mas não determinante, pois Carla tem notícia de quatro negócios semelhantes que fecharam no bairro Moinhos de Vento. “O segredo é criar essa relação direta com a comunidade. Acho que a globalização faz com que as pessoas sintam essa necessidade de ser especiais”, conta.
Com uma atmosfera semelhante, de bairro que tem grande movimento a pé e opções culturais e comerciais, a Cidade Baixa abriga a Bamboletras há 15 anos. Mesmo instalada em um shopping, o Nova Olaria, tem o clima de uma livraria de rua. Tudo começou na República. “Os clientes valorizam o cuidado no atendimento. A dona é jornalista e tem formação em literatura. Quando enviamos sugestão de leitura ou música, não é apenas com o nome e o valor, mandamos informações sobre o conteúdo. Às vezes, a pessoa quer um produto e pode conhecer outro no mesmo estilo. Quer falar com quem sabe do assunto. E isso acaba criando uma certa autoridade”, comenta a gerente Andréa Cristina Gonçalves.
Além disso, práticas bem comerciais fazem a diferença. “Quando alguém pede um livro, ligamos na hora para o fornecedor e pedimos entrega para o dia seguinte. Não é aquela coisa de anotar o número do cliente para ligar depois. Na verdade, a megastore é muito autoatendimento”, opina Andrea. Autoatendimento ou não, as megas têm a vantagem de comprar em grande quantidade e muitas vezes diretamente de editoras - o que faz toda diferença especialmente em relação às internacionais -, o que pode resultar em descontos maiores. Assim, as de bairro têm que lutar contra a questão preço e também conveniência, comodidade e, supostamente, segurança que os shoppings oferecem.  Por isso, além de um espaço mais íntimo e atendimento diferenciado, as pequenas investem em ações culturais, como lançamentos com leituras, saraus, oficinas de literatura etc. “Já fechamos o Nova Olaria para fazermos um evento para crianças”, lembra Andréa.

Produto seminovo com preço atraente

A Livraria Passos, no Petrópolis, também faz eventos para o público, mas em menor escala. Como um brinde de final de ano. A proprietária Cristina Passos, que é professora aposentada de economia, deu início ao negócio há seis anos trabalhando com livros novos e usados, mas pouco tempo depois desistiu dos novos - hoje tem apenas um ou outro livro. “É complicado competir com as megastores. Apostamos nos seminovos”, admite. Mas faz uma ressalva. “Livro usado não quer dizer livro velho. Tenho muitos lançamentos de 2010 aqui. Fica atraente porque é uma obra que na mega custa R$ 50,00 e aqui sai por R$ 25,00. Muita gente compra e embala para presente”, revela. Ela conta que os mais pops, como Comer, rezar e amar, um exemplo recente, não duram um dia na vitrine. E a casa oferece todo tipo de títulos, inclusive várias opções estrangeiras.  
Ao contrário do Bom Fim e Cidade Baixa, o Petrópolis é bem residencial, as pessoas costumam se deslocar de carro ou transporte coletivo. Por isso, Cristina optou por uma quadra e foge ao estilo do bairro. É como se fosse um centrinho, com vários bancos, um renomado supermercado, farmácias e três escolas nas proximidades. Recentemente, um café foi aberto, quase ao lado. “Então há um movimento que atrai para cá. Mas é bem localizado; é só desse lado da rua. Do outro já não tem ninguém”, comenta.
Destoando do discurso comum de quem trabalha com livros, Cristina acha que o preço no Brasil afasta as pessoas da leitura. “Se tem uma coisa que eu aprendi trabalhando com livro usado foi isso. As pessoas passam aqui na frente, veem os preços e levam”, comenta. Entre os clientes cativos da Passos estão muitas mães, que sabem como é caro investir na educação e podem encontrar materiais que foram usados apenas uma vez pela metade do preço. Também é possível fazer trocas e vendas. A escolha pelos seminovos deu certo, pois a Livraria Passos cresceu. Começou em uma sala pequena na Protásio Alves e teve que ir para uma quatro vezes maior ali perto. O que também motivou o crescimento foi a participação no site Estante Virtual, o que pos-sibilita a venda para todo o País.

De bairro e de nicho

O desafio de Martin Streibel é ainda maior. Além de uma livraria em um bairro, ele aposta em um nicho. A Iconográfica, no Rio Branco, tem foco em artes visuais e fotografia. “É uma ideia arriscada. Acredito que é um negócio a longo prazo. Até porque é livro. Não é uma padaria. As pessoas tomam café de manhã, à tarde e à noite. Com livro sabemos que não é assim”, diz o proprietário, que abriu o estabelecimento em setembro.
Ele conta que está em um período de análise, ofertando obras variadas e vendo como o público reage. “Muitos livros são de fora e importo praticamente um de cada. Isso acaba dando uma exclusividade. Claro que se uma obra for de grande interesse, trago novamente”, diz, destacando que dribla preços altos aos consumidores comprando da mesma editora. Além disso, por ser dono do ponto – cujo aluguel seria alto – pode flexibilizar os custos.
Streibel sempre viajou muito e adora fotografia. Trabalha com isso há tempos. Por isso escolheu um mercado visual. Ele já pensa em comprar obras de arquitetura e design também, mas não quer abrir muito. Quer se manter um espaço destinado à imagem, um local diferenciado, segmentado. “Minha ideia era trazer para Porto Alegre o que não tinha. Não quero algo igual ao que já existia”, explica. Para isso, ele também investiu em uma decoração especial. “Acho fundamental. Os clientes falam do conforto que sentem em estar aqui, manusear os livros, dizem que é um ambiente agradável”, conta.
Ainda em relação ao ponto, ele diz que não vê como um empecilho para o sucesso o fato de estar em uma região bem residencial e de poucos pedestres. “Claro que uma rua com muita gente passando a pé é interessante. Mas acho que assim também pode funcionar. Essa é a ideia do livre mercado; todos podem conviver. Quem abre um mercadinho não pode pensar só no supermercado, como quem abre uma butique não pode pensar que só existe loja de departamento”, analisa. 

         Literatura nos bairros
  • Palavraria, livros e café - Vasco da Gama, 165. Telefone (51) 3268- 4260
  •  Iconográfica – Castro Alves, 995. Telefone (51) 3392-0782
  •  Livraria Passos - Protásio Alves, 2866. Telefone (51) 3397-1767
  •  Bamboletras - General Lima e Silva, 776. Telefone (51) 3227-9930

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=64566&fonte=capa – sítio acessado em 10/06/2011 às 09:13h.
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terça-feira, 7 de junho de 2011