quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Avatar


Obviamente não sou um crítico de cinema. Pelo menos não daqueles com embasamento para formalizar uma crítica técnica. Considero o cinema um entretenimento, que me agrada muito. Mas sempre faço algumas avaliações sobre os filmes que assisto. Traçando alguns paralelos com o contexto em que vivemos tento absorver o que, além do entretenimento, os autores da obra tentam mostrar. É claro que este é um exercício subjetivo, pois o que apreendo neste diz mais respeito à mim do que aos autores. Enfim, a crítica é algo que é apurado em estudantes de História, mas, neste caso, pende mais à opinião mesmo.

Assisti ontem ao filme Avatar, tão comentado e esperado. E lhes digo que é um ótimo passatempo. O filme é belíssimo! A fotografia é algo inimaginável, muito colorida e cheia de vida. O ambiente criado nos remete facilmente a um outro mundo, durante as horas em que se desenrola a película. O enredo não é muito original: no centro da trama, uma história de amor impensável, em torno da qual se desenvolve uma disputa entre os indígenas e os humanos. Sugiro assistir o filme em 3D. Algo que não fiz.

O filme mostra a relação entre o eu e o outro. Como o desconhecimento leva à incompreensão e à intolerância, algo bem típico de nós, ocidentais capitalistas. E como a ganância desenfreada contribui com este desconhecimento. Mostra, também, uma visão de pertencimento à natureza que hoje nos é estranha. O distanciamento a que nos submetemos gera uma relação inconsequente com a natureza, de mão única. Ela está a nossa disposição, ela nos serve. Esta mentalidade tem origens históricas que podem facilmente ser identificadas nos âmbitos religioso e científico. Acredito que a mensagem do filme seja uma crítica a mentalidade exploratória que, parece, já está cobrando o seu preço.
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