quinta-feira, 22 de abril de 2010

Superação do embate entre capitalismo e socialismo

Devemos aprender com as experiências dos outros. Assim, evitaríamos aprender apenas com as lições que a própria vida nos dá, porque elas são muito mais caras. Dito isso, incomoda demais saber que ainda há alguns que se abrigam atrás das teorias incensadas do Capitalismo e do Socialismo, como se essa dicotomia ideológica ainda tivesse razão de ser. Só para quem não sabe que o mundo mudou e, com ele, os modelos econômicos engessados, que morreram. O início do Capitalismo foi na Inglaterra, através da Revolução Industrial. O Socialismo científico ou comunismo tem como precursores Karl Marx e Friedrich Engels, com a publicação do Manifesto Comunista, que explica os fatos que formariam a desigualdade social. Através desse trabalho apresentaram uma teoria onde seriam eliminadas as classes sociais. As pessoas trabalhariam de forma mútua para o bem comum. Tomado no contexto de exploração por regimes monárquicos absolutamente incompetentes e que desdenhavam da população que os sustentava, dá para entender a Revolução de 1917 na Rússia. Repetiu-se, na Rússia, a Queda da Bastilha, na França. Mas tanto o Capitalismo quanto o Socialismo acabaram por escoimar seus erros e rumaram para um ponto onde os pensamentos paralelos por liberdade, igualdade e fraternidade se encontraram. Ou se encontrarão, no infinito. A democracia socialista é o sistema que mais se aproxima do bom Capitalismo, sem os extremismos do Socialismo puro. Da mesma forma evita o endeusamento do mercado, do consumo e das desigualdades sociais que a exacerbação desses dois modelos ocasiona. Pela obstinação dos socialistas ingênuos e dos capitalistas da Terra do Nunca, todos alegam ter razão quando, em verdade, apenas têm paixão pelos seus ideais. O presidente do Instituto de Estudos Empresariais (IEE), Leonardo Fração, que promoveu o Fórum da Liberdade, afirmou que a diferença do ladrão para o governo, é que o primeiro não pede para sancionar o seu ato. Para o presidente o IEE, mais intervenção traz mais desigualdade e não existe sistema mais justo que o Capitalismo. O evento promoveu debate sobre seis questões: Capitalismo, Socialismo, inflação, política e ideias, intervencionismo e investimento estrangeiro.

A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) desintegrou-se há 20 anos e provocou um estrondo que só não foi ouvido pelos fanáticos do atraso. Porém, serviu como pretexto para que os obcecados pela economia de mercado julgassem que o Capitalismo reinaria por mil anos. Não, não, o Capitalismo também teve graves percalços, na quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929. Agora, a derrocada da economia do mercado sem regras e sem fiscalização acabou por implodir a maior economia, a dos Estados Unidos, em 2007/2008. O que desejam, hoje, os capitalistas e os socialistas de bom-senso, é a inclusão social. Crianças de todas as classes nas escolas em famílias estruturadas, morando em casas próprias e cujos integrantes tenham um emprego. Parece uma simplificação, mas as coisas mais importantes da vida são simples assim. Enfim, a soberba não é menor nos pobres que nos ricos, mas as necessidades e dependência dos primeiros a comprimem de maneira que mal se descobre ou aparece muito resumidamente. Por isso é nas revoluções populares que ela faz a sua explosão. Nada mais parecido com o Capitalismo que o Socialismo pós-URSS. É só refletir sobre as metas de ambas as ideologias.

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=25543&codp=1451&codni=3 – sítio acessado em 14/04/2010 às 09:07h.

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3 comentários:

  1. Uma postagem bem inspirada meu caro amigo.A partir de um artigo de jornal desenvolver um raciocínio desses com tantas informações que também merecem ser mais desenvolvidas não surge sem antes se leia muito.É uma postagem deveras pequena,mas a carga de leitura para fazê-lo é de pelo menos 100 a 200 páginas.Mal sabem alguns que escrever um livro é fruto de 10 anos de leituras,pesquisas e artigos que atualizam trimestralmente como vai os estudos de cada autor.A citação da fonte também está perfeita,a professora Regina estaria orgulhosa dos teus conhecimentos da ABNT.Entretanto,o paralelo entre a Revolução Bolchevique de 1917 e a Revolução Francesa e a queda da Bastilha nos arredores do ano de 1789 me parece equivocado.Colocar que a queda da bastilha repetiu-se na Rússia é tirar todo o contexto histórico,ideológico e geográfico da Rússia dos Czares.A Revolução Francesa baseada em ideais libertários como os do filósofo Jean-Jacques Russeau tinha o enfoque mais na liberdade do indivíduo.Inclusive o 1º líder,Robespierre,admirador confesso de Rosseau,dizia que deveria-se libertar o povo mesmo que ele não queira.Com toda certeza isso não corroborava com as idéias de Rosseau,todavia deixza bem claro o foco dessa revolução.O ponto em comum entre esses dois marcos da História são a luta pela abolição de privilégios da monarquia e nobreza,contudo essas duas categorias sociais e políticas são assaz divergentes nesses dois memmentos e espaços de ação.A Revolução Russa traz um enfoque muito mais pesado na igualdade entre os homens.Muito ouvimos a palavra camarada relacionada a esse contexto.Camarada era palavra que traduzia a igualdade no cotidiano do russo do início do século XX.Assim como a palavra companheiro.Tanto a liderdade do 3º estado francês quanto a igualdade dos camponeses russo não poderiam existir se uma casta tivesse tamanhas vantagens como a nobreza monarquica da França ou o Império Czar russo.Que escrevas mais postagens como essa meu caro.

    MBS.

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  2. Agradeço o comentário, Marcos. Tuas colocações sobre as Revoluções Francesa e Russa são muito pertinentes. E agradeço pelos elogios, mas devo confessar que o texto não é meu!! Apenas o reproduzi na íntegra, por achá-lo relevante e bem redigido, como também percebeu.

    O texto poderia se resumir na seguinte frase:

    O que desejam, hoje, os capitalistas e os socialistas de bom-senso, é a inclusão social. Crianças de todas as classes nas escolas em famílias estruturadas, morando em casas próprias e cujos integrantes tenham um emprego. Parece uma simplificação, mas as coisas mais importantes da vida são simples assim.

    Concordo plenamente com o autor. Independente do modelo sócio-político-econômico adotado, a finalidade deste sempre deve ser o bem-estar do povo. E a democracia social parece ser um modelo capaz de promover isto. Não esqueçamos que, conforme a teoria contratualista de Hobbes, o poder estatal é outorgado pelo povo e, por isso mesmo, deve serví-lo.

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  3. É bem interessante o seu apontamento sobre o bem comum.Na década de 80 até os primórdios dos anos 90 existia algo que se chamava welfare State ou Estado de bem-estar social.Se resumia ao grupo de medidas políticas sociais para promover o bem comum.Essa perspectiva estava associada com a ideologia política da social-democracia a qual confesso sou muito identificado e com a idéia de uma terceira via tanto ao capitalismo finaceiro quanto a socialismo real.Todavia,plíticas neoliberais acabaram por por abaixo essas medidas deixando totalmente a regulação de relações sociais as variações do mercado finaceiro.Ora,pode parecer paternalista mas como deixar o bem estar comum ou social nas mãos de alguém que tem um interesse completamente adverso a ele.Então,não é uma questão de tirar a responsabilidade social de alguém que certamente não é voltado para isso.É claro que promover atividades solidárias e assistência social entre as camadas desavantajadas está no cronograma de todas as empresas modernas,mas esse vai ser sempre algo em segundo plano.Não somente porque eles só pensam em lucro mas também porque os trabalhadores também pensam nisso.Para finalizar gostaria de falara sobre esses antagonismos que aparetemente existem na sociedade.É como se houvesse mais de um tipo de ser humano ou raça humana vivendo nesse planeta.Ninguém entende niguém e acham seriamente que há uma conspiração para alguém ser prejudicado.Então,se há a função do Estado servir seus cidadãos como Hobbes tenta explicar o bem-estar deve estar sobre seus cuidados e tão somente sobre eles.

    MBS.

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